Os suplementos de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs), são geralmente consumidos como suplementos nutricionais por muitos atletas e pessoas envolvidas em atividades físicas regulares e moderadas, independentemente do seu nível de prática, seja os praticantes com o intuito de alcançar um certo degrau de performance física ou até mesmo atletas. Foi demonstrado inicialmente que os BCAAs aumentam a massa muscular e também têm sido implicados na limitação de alterações estruturais e metabólicas associadas ao dano ao exercício, aumentar a energia, recuperar-se dos treinos e queima de gordura.

Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs) são constituídos por três, a saber: leucina, isoleucina e valina, estando eles entre os nove aminoácidos essenciais para os humanos e respondem por: 35% dos aminoácidos essenciais nas proteínas musculares e 40% dos aminoácidos pré-formados exigidos pela mamíferos. Como as células animais e humanas têm um sistema enzimático rigidamente controlado para a degradação do BCAA, os BCAAs que são ingeridos em excesso são descartados rapidamente, constituindo-se um Pool de aminoácidos bastante harmônico.

Sabe-se que os BCAAs podem ser oxidados no músculo esquelético, enquanto outros aminoácidos essenciais são catabolizados principalmente no fígado. O exercício aumenta consideravelmente o gasto de energia e promove a oxidação dos BCAAs . Acredita-se que os BCAAs contribuam para o metabolismo energético durante o exercício como fontes de energia e substratos para expandir o pool de intermediários do ciclo do ácido cítrico (anaplerose) e para a gliconeogênese. Em contraste, a leucina é especial entre os BCAAs, porque promove a síntese de proteína muscular in vivo quando administrada por via oral aos animais tema em particular, de outro artigo futuro. Como conseqüência desses achados, os BCAAs estão recebendo considerável atenção como suplementos dietéticos potencialmente úteis para indivíduos que gostam de exercícios e participam de esportes.

Os efeitos da suplementação de BCAA antes e depois do exercício sobre o metabolismo das proteínas musculares e o dano muscular induzido pelo exercício foram examinados em seres humanos. Foi relatado que um suplemento oral de BCAAs (77 mg / kg de peso corporal) antes do exercício aumentou os níveis intracelulares e da corrente sanguinea de BCAA durante o exercício e resultou na supressão da degradação endógena de proteína muscular. Também foi relatado que a administração oral de BCAA

(12 g / dia por 2 semanas e 20 g adicionais antes e após o teste ergométrico) suprimiram o aumento da atividade da creatina quinase sérica por vários dias após o exercício. Efeitos semelhantes também foram observados em um estudo em que indivíduos ingeriram uma mistura de aminoácidos (que continha 3,6 g de aminoácidos com 37% de BCAAs) antes e após o teste de exercício e 2 doses / d da mistura de aminoácidos por 4 dias após o teste. teste de esforço. O suplemento de aminoácidos também diminui a dor muscular que geralmente segue o exercício, auxiliando na recuperação do praticante de atividades físicas contínuas. Embora o mecanismo responsável pelos efeitos protetores da suplementação de BCAA contra lesão muscular induzida por exercício e dor ainda não tenha sido elucidados, presume-se que a estimulação da síntese protéica pela leucina e a supressão da quebra (perda) protéica induzida pelo exercício por BCAAs possam estar envolvidas. Além disso, a relação mais eficaz dos três BCAAs para os efeitos benéficos não é conhecida.

Embora em muitos estudos com humanos, uma dose de 0,5 g de BCAA foi usada como suplemento, a dose mínima para produzir os efeitos benéficos da suplementação de BCAA ainda precisa ser estabelecida. Além disso, a relação mais eficaz dos três BCAAs não é clara. Estudos de toxicidade de BCAAs usando animais mostraram que os BCAAs são aminoácidos bastante seguros quando os três BCAAs, são fornecidos em uma proporção semelhante à da proteína animal (por exemplo, uma relação leucina: isoleucina: valina 2: 1: 1).

Em um outro estudo envolvendo sete indivíduos saudáveis do sexo masculino, aos quais eram ciclistas recreativos, nenhum deles envolvido em treinamento físico regular ou competições, com a idade média de 25 (61) anos, altura 183 (63) cm, peso 82 (64) kg e consumo máximo de oxigênio (V O2 max) 3,75 (60,16) l / min. Os resultados sugerem que os BCAAs têm um efeito poupador de proteína durante a recuperação após o exercício, ou que a síntese protéica foi estimulada e/ou a degradação proteica diminuiu, mas os dados durante o exercício são muito variáveis para tirar conclusões sobre os efeitos durante o exercício.

Em um estudo com doze triatletas do sexo masculino, com idade média de 25,5 anos e 6,2 anos (variando de 21,4 a 30 anos), pesando 74,16 e 6,3 kg, nadaram 1,5 km, pedalaram 40 km e percorreram 10 km (triatlo olímpico) na cidade de São Paulo, no grande evento do Triathlon Internacional realizado em abril de 1997 e abril de 1998. Em ambos os eventos, seis atletas receberam BCAA e os outros participaram como placebo.

Os dados obtidos mostram que a suplementação de BCAA pode reverter a redução na concentração sérica de glutamina observada após um exercício intenso prolongado, como um triatlo olímpico. A diminuição da concentração plasmática de glutamina é acompanhada por um aumento na incidência de sintomas de infecções que resultam em resposta proliferativa aumentada de linfócitos cultivados na ausência de mitógenos (estruturas de natureza proteica, especialmente as da família das lectinas, que podem induzir mitose em linfócitos ao ligar-se a glicoproteínas). A prevenção da diminuição da concentração plasmática de glutamina permite um aumento da resposta dos linfócitos, bem como aumento da produção de IL-1 e 2, TNFa e IFNg (mediadores antinflamatórios), possivelmente relacionado à menor incidência de sintomas de infecção (33,84 %) relatado pelos atletas suplementados.

Em um estudo com 7 voluntários submetidos a teste de esforço. foi demonstrado que a ativação da transaminase de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) ocorre simultaneamente com a redução do glicogênio muscular induzida pelo exercício, sugerindo que a suplementação de BCAA pode ter um papel energético nessa condição.

Concluindo-se então que, a suplementação de BCAA aumenta a resistência à fadiga e aumenta a oxidação lipídica durante o exercício em indivíduos com depleção de glicogênio.

No entanto, muitos estudos são requeridos para encontrarem-se as respostas ás perguntas que envolvem os BCAA´s e o consumo por praticantes de atividades físicas ou atletas de nível.

Referências:

BASSIT, R. A., L. A. SAWADA, R. F. P. BACURAU, F. NAVARRO, and L. F. B. P. COSTA ROSA. The effect of BCAA supplementation upon the immune response of triathletes. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 32, No. 7, pp. 1214–1219, 2000.
Eva Blomstrand, and Bengt Saltin.BCAA intake affects protein metabolism in muscle after but not during exercise in humans. Am J Physiol Endocrinol Metab 281: E365–E374, 2001.
Gualano AB 1 et al. Branched-chain amino acids supplementation enhances exercise capacity and lipid oxidation during endurance exercise after muscle glycogen depletion. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness [01 Mar 2011, 51(1):82-88].